quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

8° Capitulo de: Adorável Magnata.







Era muito bonita, mas não tinha a beleza nem o tipo físico de uma modelo. Cachos emolduravam-lhe o rosto em formato de coração e estavam presos a nuca com uma grande presilha de tartaruga. Ela dirigiu a Lua um sorriso caloroso e saudou-a:

— Ola, você deve ser Lua. Ouvi dizer que faz milagres quando esta com bebes.

A moca pareceu-lhe tão simpática que Lua sorriu para ela e estendeu-lhe a mão.

— Imagino que você seja Roberta Sinden. E um prazer conhecê-la.

Tanto Arthur como a moca franziram a testa, surpresos.

— Roberta? Quem me dera. Sou Melanie Fronckowiak, uma simples empregada.

— Eu lhe disse que iria arranjar alguém para cuidar da limpeza — Arthur completou.

— Melanie e filha do veterinário local. Eles moram a apenas cinco minutos daqui.

— Meu noivo e eu íamos trabalhar para Micael e Sophia, na pousada, mas agora…

— Agora você trabalha para mim — Arthur afirmou, depois se voltou para Lua. — Você já deve ter notado que a casa esta muito diferente. Mas agora vou trocar Marie e colocá-la na cama para uma soneca. Enquanto isso, Melanie lhe prepara um cafe. Quando eu voltar, vou levá-la ate seus aposentos.

Com novo entusiasmo, depois de certificar-se de que a jovem arrumadeira não era Roberta, Lua acompanhou-a ate a cozinha e Arthur afastou-se com Marie.

Assim que entrou na cozinha, Lua ficou boquiaberta. Estava impecável. O fogão, os utensílios e o piso reluziam.

— Não posso acreditar que este seja o mesmo comodo onde estive dias atras.

— Esta um pouco melhor — Melanie observou, satisfeita, começando a preparar o cafe. — Arthur é um homem muito ocupado. Também é admirável. Para poder ficar perto da preciosa sobrinha ele transferiu o trabalho para Yarrawong. Estava desesperado com a partida de Roberta, procurando alguém confiável para tomar conta de Marie. Foi muito bom ter encontrado você.

— Você não pensou em aceitar o emprego?

— Marie e uma garotinha adorável, mas não sou muito boa para lidar com bebes. Alem disso, esse tipo de trabalho iria manter-me mais presa.

Maite serviu a Lua o cafe acompanhado de muffins.

— Tenho muita pratica com bebes — Lua afirmou, enquanto saboreava o delicioso cafe e os bolinhos recheados com geleia de blueberry.

— Isso faz a diferenca. As outras mulheres que Arthur entrevistou estavam interessadas apenas no emprego e no bom salario. Mas você se preocupa com Marie. A proposito, seu nome soou-me familiar, assim que o ouvi. — De repente Maite estalou os dedos. — Já sei. Você é Lua Blanco, que publica a Casa de Bebê. Minha avo tem uma loja especializada em artesanato, em Trentham, e eu lhe dei como presente de aniversario a assinatura da revista.

— Trentham! Sua avo deve ser a dona da Pequenos Prazeres — Lua lembrou. — Minha revista publica anúncios dessa loja especializada em miniaturas.

— Exatamente. Vovô faz cortinas, colchas, tapetes, abajures, enfeites e uma infinidade de outros artigos em miniatura para a decoração de casas de bonecas. Ela vai ficar empolgada quando eu lhe contar que você esta trabalhando aqui. Mas… você não vai mais publicar a revista?

— A Casa de Bebê é uma publicação periódica. Não sera editada por algum tempo ate eu conseguir que a revista se mantenha com a própria renda.

— Foi por questão financeira que você aceitou o emprego?

— Em parte. O que me fez decidir foi Marie. Amei a garotinha.

— Por falar em casa de bonecas, acaba de me ocorrer que a família Aguiar possui-a uma ate pouco tempo atras.

— Ainda possui. Meu tio fazia e colecionava casas de bonecas e chegou a ver a casa de bonecas Aguiar aqui mesmo, mas Arthur proibiu a exposição da linda miniatura.

— Talvez ele faça uma exceção, em se tratando de você. Fale com Arthur— Melanie sugeriu.

— Falar comigo? O que? — Arthur indagou, entrando na cozinha.

O coração de Lua sofreu um baque. Agora ele iria pensar que ela trouxera a baila o assunto da casa de bonecas. Ficou de pé e respondeu em tom casual:

— Nada importante. Vou tirar a bagagem do carro.

Melanie,no entanto, esclareceu:

— Estávamos falando sobre a revista de Dulce e lembrei-me da casa de bonecas que pertencia a sua família.

— Você também? Sera que vocês não tem assuntos mais interessantes do que a historia da minha família? — Arthur zangou-se e saiu da cozinha.

— O que foi que eu fiz para ele zangar-se desse jeito? — Melanie indagou, aborrecida.

— Você não tem culpa de nada — disse Lua, indo atras de Arthur.

Refletiu que, por sorte, não havia tirado a bagagem do carro, porque, depois de dizer umas verdades aquele homem obstinado, perderia o emprego e teria de voltar a Melbourne.

Era um risco que teria de correr. Não suportaria trabalhar ali, tendo de viver pisando em ovos.

0 comentários:

Postar um comentário