segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

2ºCap. Web Novela Adorável Magnata



Não houve resposta e ela deu um passo, ficando pouco alem da soleira da porta. Viu que o comodo era um quarto masculino. O quarto de um homem bem desordeiro, por sinal.

A cama pesada, de mogno, parecia não ter sido arrumada por dias seguidos. Os lençóis pretos, de seda, e o edredom estavam revoltos e arrastavam-se no chão, como se a pessoa que ali dormira tivesse se levantado apressada.

Lençóis pretos, de cetim! Decididamente, esse era o quarto de um homem solteiro,

Lua pensou com um sorriso. Nenhuma mulher com senso pratico escolheria um tecido tão difícil de lavar e manter-se bonito. Havia roupas espalhadas por todo o comodo e uma

cueca de seda estava pendurada do lado do espelho sobre a comoda.

Vendo a própria imagem no espelho, Lua achou que o conjunto de linho verde musgo que usava, formado de calca e casaco, parecia muito serio e profissional naquele ambiente. Talvez um négligé preto de chiffon fosse mais apropriado. Não, preto não. Forte demais; não combinava com o tom de sua pele. Coral lhe assentaria bem, decidiu. E os cabelos Loiros poderiam ficar soltos, caindo sobre os ombros em cachos revoltos.

Horrorizada com o rumo de seus pensamentos, Lua censurou-se. Não tinha o direito de estar ali, invadindo o quarto de Arthur Aguiar , se e que seria aquele o quarto dele. Desviou os olhos de toda aquela desordem e afastou-se depressa dali. Saiu por uma porta que se abria para um largo corredor.

Agora o som do choro era nítido e muito alto, indicando que o bebe estava bem perto.

De repente, Lua parou ao ver-se diante da porta da cozinha, um comodo enorme com um grande fogão de pedra e forro alto. No centro da cozinha havia uma mesa carvalho, muito antiga, e junto dela, sentada em uma cadeira alta, estava uma criança infeliz fazendo todo aquele barulho. Um homem, sem camisa, usando calca de fustão de

algodão, também com aparência desolada, curvado diante da garotinha, tentava, sem sucesso, fazer com que ela comesse uma papa verde.

Surpresa, Lua apenas observou a cena. Já vira a fotografia de Arthur Aguiar, revelando o rosto e os ombros, mas não imaginou que ele fosse tão bonito pessoalmente e tivesse aquele corpo atlético, o tórax maravilhosamente musculoso e bronzeado.

— Arthur Aguiar? — Lua chamou-o.

O homem endireitou-se de repente e olhou para a recém chegada que viu o peito dele todo espirrado de verde: sem duvida, a papa da criança.

— Céus, de onde você surgiu?

Lua estendeu a mão e apresentou-se:

— Sou Lua Blanco. Você marcou uma entrevista para a minha revista, lembra-se? Toquei a campainha, mas ninguém atendeu e dei a volta, entrando pelos fundos.

— Como? A porta dos fundos esta trancada — Arthur a contradisse.

Não havia outra maneira senão dizer a verdade. Um tanto ruborizada, Lua confessou:

— Segui pela varanda e entrei pela porta de um dos quartos que estava aberta. Desculpe-me pela intromissão.

O homem passou uma das mãos pela cabeça. Lua observou o gesto e desejou sentir a textura daqueles cabelos Pretos. Era uma pena que estivessem tão curtos, quase em estilo militar.

La estava ela, divagando novamente, Lua reconheceu com um sobressalto. O que

havia em Arthur Aguiar para perturbá-la daquela forma?

— Você esta aqui e podemos tratar da entrevista. O bebe e eu quase terminamos. — Arthur olhou para a garotinha, que batia com forca uma xícara de plastico- na bandeja da cadeirinha alta. — E, terminou. Parece que ela não esta com fome.

Lua olhou ao redor sem esconder a curiosidade e perguntou:

— Você esta aqui sozinho, com…

— Marie — ele completou. — Estamos sozinhos, eu e esta minha amiga barulhenta.

Barulhenta, sem sombra de duvida. Lua mal podia ouvir o que Arthur lhe dizia por causa das batidas da caneca e do choro de garota. Em tais circunstancias seria impossível realizar a entrevista. Pensando no sofrimento da criança, e notando o cansaço daquele homem desajeitado para lidar com bebes, Lua perguntou:

— Sera que eu poderia ajudar?

O olhar de Arthur foi tão agradecido, ao entregar a Lua a colher do bebe, que ela sentiu o coração saltar de felicidade. A expressão dele transformou-se, o cansaço desapareceu e um largo sorriso iluminou-lhe o rosto como se fosse um raio de sol surgindo em um dia nublado.

— Se conseguir convencê-la a comer eu lhe serei eternamente grato.

Por mais que se sentisse tentada a usar as palavras dele em seu beneficio, ou seja, para que ele a deixasse fotografar a casa de bonecas, Lua sacudiu a cabeça e replicou:

— Não precisa me agradecer. Sera um prazer poder ajudá-lo.


Por Hoje é só...Comentem amores! ;;)

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