domingo, 27 de janeiro de 2013

1ºCap.Web Novela Adorável Magnata



                                                              Capitulo I


O som inesperado do choro de um bebe fez com que Lua Blanco parasse antes de tocar a campainha da grande e imponente casa de fazenda, em estilo colonial. Tudo o que sabia a respeito de Arthur Aguiar, o dono da propriedade, baseava-se no que ela havia lido, meses atras, em uma revista. Segundo o artigo ele era solteiro e estava mantendo um romance com uma modelo, mas não havia menção nenhuma a um bebe. O vidro da porta da frente estava aberto, mas tinha a proteção de uma bonita grade entalhada, também em estilo colonial. Lua notou que o som do choro vinha dos fundos da casa. Estaria Arthur Aguiar recebendo visitantes com um bebe, justamente no dia em que marcara a entrevista com ela? Isso não parecia justo, Lua pensou, com um aperto tão forte na garganta que lhe dificultou a respiração. Havia desejado tanto aquela oportunidade e agora precisaria de muito autocontrole para realizar seu trabalho ignorando a dor que já começava a sentir dentro de si.

Os olhos ficaram úmidos e ela piscou diversas vezes para evitar as lagrimas. Inspirou fundo e pressionou a campainha. O mundo estava cheio de bebes. O fato de ela não poder ter filhos não era motivo para sentir-se desmoronar toda vez que via um recém-nascido ou ouvia o choro de uma criança.

Nem mesmo a terapia a ajudara a superar sua frustração. Depois de descobrir a

verdade sobre não poder ter filhos, Lua começara a trabalhar por meio período como voluntaria em um abrigo para crianças, em Melbourne. Entretanto, o contato com bebes, em vez de fazê-la sentir-se realizada, apenas aumentara a sensação de perda.

Para distrair-se, Lua passara a ocupar a outra parte do seu tempo livre com a revista que publicava e era dirigida a pessoas que se interessavam por casas de bonecas e miniaturas. Sua publicação tinha o nome de Casa de Bebê porque, historicamente, assim eram chamadas as casas em miniatura, antes de se tornarem brinquedo de crianças.

Lua inspirou fundo, tentando controlar o tremor. Não iria deixar que a presença de uma criança na casa a perturbasse. Iria manter-se bem calma ao ver o bebe. Afinal, já decidira que no devido tempo teria filhos adotivos. Estava convencida de que criá-los podia ser tão gratificante quanto criar os gerados por ela. A família Blanco era um exemplo disso.

Os pais de Lua tiveram três filhos, Diego , Lua e a Estrela, e adotaram outras três

crianças. Os seis amavam-se igualmente, e um lutava pelo outro como se todos fossem

irmãos de sangue.

Veio a mente de Lua que o maior problema talvez fosse Arthur Aguiar. Ela não havia mentido ao escrever-lhe que desejava entrevistá-lo, mas omitira que o artigo seria sobre a historia da família Aguiar e a famosa casa de bonecas que havia na propriedade. No passado, essa casa podia ser visitada pelo publico, mas ao herdar a fazenda, depois da morte do pai, Arthur se recusara a deixar que vissem ou fotografassem a pequenina casa.

Portanto, Lua refletiu, seria um grande feito se conseguisse a entrevista e a foto da casa de bonecas.

A ideia empolgou-a. Uma boa reportagem iria garantir a publicação da sua revista por mais algum tempo. No momento era imperioso que ela lutasse, uma vez que a gráfica com a qual ela trabalhava lhe aplicara um golpe, deixando-a em dificuldades financeiras. Sim, teria de conseguir uma boa reportagem com Arthur Aguiar.

Endireitando os ombros e erguendo a cabeça altivamente, Lua tocou a campainha

mais uma vez. No mesmo instante o bebe voltou a chorar ainda mais alto. Era um choro sentido, como se a criança estivesse sofrendo. Por que alguém não a consolava?, Lua pensou, com o coração apertado.

Depois de tocar a campainha pela terceira vez, sem que ninguém viesse atender, decidiu dar a volta pela varanda, que cercava três lados da casa, a procura de outra entrada. O casarão apresentava uma agradável mistura de estilos colonial e moderno. O revestimento de madeira combinava harmoniosamente com as janelas de sacada e o teto inclinado. Uma das portas francesas, com vitrais, estava aberta, as cortinas esvoaçavam com a brisa e Lua chamou:

— Alo! Ha alguém em casa?



Até amanhã amores e Comentem muuuuuuitooo! ;)

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